sábado, 23 de março de 2013

Expedição Noronha


Olá, amigos amantes da natureza!


No mês passado estivemos na ilha de Fernando de Noronha, um lugar muito especial, onde a natureza dá um show de beleza! Mas e as orquídeas, ONDE ESTÃO? É, lá não existe a tal plantinha, mas, pudera, Deus já criou tantos belos elementos em um único lugar, que a gente acaba aceitando a ausência das orquídeas.

Vegetação local


















Vamos lá, a vegetação de Noronha é árida, lembra um pouco as paisagens do sertão do Brasil. Nesta época do ano (dez/jan/fev) chove pouco e a paisagem fica com uma coloração amarelada, típica do sertão árido do nordeste. Algumas espécies de árvores (feijão forte), mesmo nesta época, ficam com as folhas verdes, aliviando um pouco a sensação de paisagem do sertão.

Fotos,  foram muitas fotos -  um total de 18GB de fotos! Extremamente difícil ficar um minuto sem clicar. As cores vibrantes e as paisagens são espetaculares, tanto na terra quanto no mar. Aliás, fotos subaquáticas é um capítulo à parte (uma experiência sensacional, mesmo não possuindo um equipamento "profissional"). É possível obter-se  resultados muito interessantes com  um equipamento convencional  e a  utilização de  uma caixa de estanque.

Para descrever a NORONHA, a Luciana, minha mulher, fez um texto que sintetiza bem o que vimos por lá. As fotos foram feitas por todos nós.

Abraços e nunca deixe de se divertir!



Menos de 60 pessoas colavam o rosto na janela do avião. Pareciam custar a acreditar no que viam.... . Acima do assoalho oceânico era possível avistar uma pequena porção de terra, cercada de outras menores. A bordo, todos prontos para pisar onde Darwin um dia esteve  para descrever a natureza vulcânica de uma ilha. Aqui começa a nossa viagem

Chegando em Noronha




















































































Fernão de Loronha foi o primeiro nome. Mas poucos são os que a conhece assim. No entanto, é fácil fazer a associação e achar que o outro jeito de falar sairia da boca de uma criança. Afinal, quem já não ouviu falar de Fernando de Noronha? É exatamente onde nós - eu,  Cássio, Mariana e Gabriela -estamos. E como disse algumas vezes minha filha Mariana,   " esse é o lugar que a gente sempre quis estar". Nenhum de nós deixou de aceitar os convites da ilha. Começamos por um percurso longo. Caminhada para conhecer a Praia do Sancho.
Praia do Sancho

































Que Lugar!  Do alto avistamos tubarões que cercam a beira do mar. Assustadoramente incrível!!! O estímulo para descer o paredão incrustado de  mabuías ( pequenos lagartos),  em escada fincada numa fenda, vem justamente da visão que se tem do alto do penhasco. É, nitidamente, aquela sensação de ' não basta olhar, é preciso tocar'.
Tartaruga marinha e tubarão limão
















Mabuía


 A faixa de areia fica entre o mar de um azul intenso e o paredão rochoso. Indo um pouco mais mar adentro, uma laje presenteia o mergulhador sem exigir muitos equipamentos. Na simples prática de snorkeling, é possível desfrutar da fascinante vida subaquática do Sancho.
Laje do Sancho

Peixe não identificado


O primeiro encontro com uma tartaruga, a gente nunca esquece: 

Doutro lado da ilha fica a praia do Sueste, no mar de fora,  e é nossa próxima parada.  Ali, tartarugas marinhas fazem a rotineira visita da tarde, período da alimentação. Em poucos minutos de batida de pernas, vimos a primeira delas. 
"rarara uuuuu aaaaa". Com máscara e snorkel tentamos falar, gesticular e apontar para suas carapaças que parecem flutuar debaixo d'água. Você realmente acredita que elas estão muito acostumadas a ver humanos entubados, porque esses répteis simplesmente olham para você e parecem compreender sua reação. Ao seu lado, elas nadam em busca de algas marinhas - alimento em abundância no Sueste.  As tartarugas  não demonstram nenhuma rejeição ao toque em seus quelônios, parecem, mais uma vez, que entendem nosso deslumbramento e curiosidade, e são complacentes. 























No costão direito do Sueste estão os tubarões. O primeiro avistado por nós é o tubarão-lixa, ou lambaru. Sedentário, como de costume, fica imóvel no fundo arenoso. De boca fechada, não vimos seus poderosos dentes pontiagudos. Ufa! Mas ele mostra sua presença pelo comprimento: cerca de 2 m. Isso realmente não é pouco quando você é quem está invadindo a área. Mais tarde, descobrimos com moradores da ilha que ele é famoso e foi até batizado: Teobaldo é seu nome.
Tubarão Lixa ou Lambarú
Tubarão lixa  "Teobaldo"






















































Foi o segundo tubarão que nos fez prender a respiração. Não porque praticávamos apneia, mas porque ele simplesmente apareceu e nos olhou. Era um tubarão limão, comum no mar noronhense como areia numa praia, só que não se esqueça: é um tubarão. E esqueça: eles não são os tubarões dos aterrorizadores filmes, não se assemelham nem na ponta dos dentes. Os de Noronha simplesmente ignoram sua existência. Melhor para quem quer continuar seu desbravamento aquático, não é mesmo? Por isso, gritar para nossa filha mais velha " o tubarão está indo em sua direção" foi apenas uma informação. Nada mais. Ufa!

Tubarão limão, reparem nas cicatrizes no dorso, provavelmente se meteu em confusão com outros tubarões.



























Filhotes de tubarão - praia do Sueste



Porto, uma surpresa para quem simplesmente espera barcos, turistas, comércio, apitos,  água contaminada por óleo. Em qualquer lugar do mundo, o porto não seria "o lugar", mas em Noronha  é. A praia do Porto de Santo Antonio tem tudo isso que falamos (exceto, ainda bem, a água suja) , mas se fosse só isso, seria um lugar de passagem, não de hospedagem. Você fica se perguntando por que não tem uma boa pousada bem ali, no porto. Esse é um lugar pra se ficar, e que fica em você. Experimente suas águas e tenha a cristalina certeza que delas você não sairá sem uma boa história para contar: raia chita, peixe trombeta, peixe lua, peixe coió... são só alguns que te recepcionam. Não vamos esquecer que o Porto é a segunda opção para pesquisadores capturarem tartarugas. Só perde para o Sueste.
Praia do Porto

E se o assunto não for a bela paisagem terrestre ou subaquática, não perca de vista o ALMOÇO da tia Regina. Dona da única barraca de comes e bebes da praia, ela faz o peixe frito daqueles que você fica se perguntando por que o seu não sai igual - como a história do pastel de feira, sabe? - e ela é tão amorosa (sim, esse é o adjetivo que lhe cabe) que descasca laranja para dar para suas crianças, depois de servir seus apetitosos pratos. Ah, e pode pedir para deixar  seus pertences  aos seus cuidados enquanto mergulha.  Ela responde com largo sorriso de alvos dentes, desde que você conquiste seu coração.

Fauna da praia do Porto:


Raia da areia



Peixe cofre

Sargento


Peixe falso voador ou Coio


Cardumes

Serpente do mar



Peixe trombeta


Raia xita


Cardumes de papagaios e cirurgiões



Linguado, repare parece um fóssil



O belo Frade

Peixe raro - Mariana em apinéia










Mergulhos a alguns metros da superfície:

Escolhemos mergulhar de cilindro - aquele equipamento que te permite "respirar" no fundo do mar. Pesado pra burro, ele não te leva ao fundo do mar, a menos que esvazie o colete cheio de ar. Experimente fazer isso e terá a sensação de que só privilegiados como você poderão chegar nesse estágio. Veja, quase tocando, tudo o que o mar oferece. Escute sua respiração.  Suba de volta ao barco com a certeza de que precisará repetir isso  muitas vezes. E quando parece que o encantamento chegou ao seu auge, do nada, surge um cardume de golfinhos rotadores, fazendo aqueles malabarismos para  suas trocas gasosas.




Eles surgem de todas as partes. Dominam o oceano. Revelam quem é quem. E você percebe que VOCÊ é uma espécie que ainda está aprendendo a respeitar e a aceitar o que não lhe pertence. Aprende a apreciar.
Cassio, fotografando o submerso

A pequena Bibi descobrindo as maravilhas do mergulho

Dona Luciana... tudo bem por aí?

Mariana observando uma caverna subaquática

Atalaia: a piscina que todo mundo quer ter no quintal
Caminhe, caminhe, caminhe sob sol, sol, sol e tenha a sensação de que alguém fez um convite daqueles que se você soubesse antes, recusaria. Mas ainda bem que você não sabe, porque só assim chegará ao Atalaia. Você terá um guia para chegar e outro guia para dizer  o que você pode e o que você não pode fazer. Vai pagar por isso e terá  hora determinada para entrar e para sair.  Mas só vai perceber tudo isso quando olhar o que a piscina do Atalaia te oferece e o quanto faria tudo milhares de vezes para estar ali de novo.
O fim da praia é dourado
Praia da Atalaia - Pedra do frade





















Praia do Atalaia - piscinas naturais













































Quando o dia acabou ( a praia pede licença para tocar a vida, e você sai de cena) tem o Boldró. No alto da
escarpa, olhe o pôr do sol. Esqueça tudo o mais, concentre-se. Verá diante de você criaturas estranhas e ondas perfeitas, e o sol se esforçando para não ser esquecido, mostrando suas cores suaves, mas intensas, ensinando que a vida tem diversas colorações, mas pode ser dourada, se você quiser.









Quando o mar é onda - Cacimba do padre, o hawaii brasileiro
Experimente parar e apenas olhar. Vai achar que assiste a um filme de surfe. Na Cacimba do Padre quem tem prancha é rei. A onda é lisa, mas te cobra manobras, a formação chega a tubular, mas exige que você enxergue o túnel. Então, bem-vindo ao mundo de quem sabe feito gente grande!











Quem disse?
"Sólo aprende haciendo" . Noronha descobre-se amando.

Paisagens de Noronha:

Cacimba do padre

Praia do Sancho

Praia do Sancho - lado esquerdo



Pedra dos dois irmãos


Cacimba do padre

Entrada da baía dos procos

Mar de dentro



Cacimba do padre - Hawaii brasileiro

Baía dos porcos












Sueste



Praia do leão

Pedras vulcânicas - Praia do meio

Praia do Leão

Baía dos golfinhos




Pôr do sol - Praia do Porto



Praia do Porto

Praia da Conceição




A caminho do mergulho - Ressureta



Praia do Porto


























Praia do meio
Ruínas - Praia do cachorro


Os pássaros de Noronha:
















































































































































2 comentários:

  1. Linda as fotos!!!!Qual maquina fotografica vc usa?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá

      Obrigado pela visita!
      Utilizo uma NIKON D90 com 2 lentes: 18-70mm e uma zoom 55-200mm. Para as fotos subaquáticas utilizei uma SONY que aluguei lá em Noronha.

      Abraços

      Cássio

      Excluir